Como é voar para a Flórida com a Azul?
Como falei no post anterior, a compra das passagens para viajar para a Flórida foi motivada por uma promoção da Azul.
Na época em que compramos as passagens, a Azul ainda nem tinha começado com os voos internacionais, que só seriam iniciados em dezembro de 2014 (acho que compramos as passagens em meados de novembro). Assim, não sabíamos bem o que esperar de tudo.
É fato que quando e empresa anunciou que passaria a voar para os Estados Unidos, foi gerada grande expectativa. Eles criaram anúncios fantásticos, com imagens lindas das aeronaves, das comissárias, do serviço… Parecia anúncio da Emirates, um luxo só. Enfim, ficamos mega empolgados com a ideia de passar a contar com aquele voo direto a preços competitivos e passagens parceladas em 10 vezes.
Chegando ao aeroporto
Uma das primeiras coisas que precisamos destacar é que o voo da Azul sai de Campinas, do Aeroporto de Viracopos. Como moramos na capital, precisávamos decidir como chegar até lá.
Existem algumas opções para fazer o deslocamento São Paulo – Viracopos. Uma delas é usando o ônibus da própria Azul, que é grátis e parte de diferentes pontos da capital e da Grande São Paulo, e também de Sorocaba, no interior. Para saber mais informações e horários do ônibus da Azul, clique aqui.
Também dá para ir de táxi, mas vale ter em mente que o taxista provavelmente cobrará 50% em cima do valor final da corrida, o que é de praxe nas corridas intermunicipais. Particularmente, acho que fica muito caro.
Na nossa opinião, a opção mais vantajosa é realmente o ônibus gratuito da Azul. O problema é que, na volta, precisaríamos sair bem cedo de Campinas e ir direto ao trabalho, com muita bagagem e uma criança de dois anos. Assim, achamos mais cômodo (embora não necessariamente mais barato), ir no nosso carro e deixá-lo em um dos estacionamentos no entorno do aeroporto.
Se fizer uma busca pelo Google, encontrará diversas opções de estacionamento, com preços variados. Em uma viagem de média a longa duração ficaria uma verdadeira fortuna estacionar no próprio aeroporto. Assim sendo, escolhemos o ViraPark, que tem diárias a partir de R$ 17. Eles têm uma parceria com a Azul e oferecem preços especiais para clientes Tudo Azul.
O ViraPark é fácil de encontrar. Fica no km 64 da Rodovia Santos Dumont. Eles têm traslado gratuito para o aeroporto, vagas cobertas, seguro, modelo self park (você fica com a chave do carro), totem de check-in da Azul dentro do estacionamento (não disponível para voos internacionais), acesso gratuito a rede wi-fi.
O que não gostamos sobre o ViraPark
No site, eles falam que têm “pedido de traslado dentro do desembarque” (entendi que deveriam ter um funcionário na área do desembarque para solicitar que o ônibus viesse nos buscar ou algo similar) e que a periodicidade do ônibus entre o estacionamento e o terminal é de 10 em 10 minutos.
Na volta, chegamos carregados de bagagem e não encontramos ninguém no desembarque para fornecer informações (a nossa chegada foi pela manhã, cedinho). Perguntamos a diversos funcionários do aeroporto onde parava o ônibus do ViraPark e as informações que foram repassadas divergiam bastante. Um falava que era na fila central, outro que era onde desembarcamos no traslado de ida, outro que era na primeira pista. Ficamos rodando feito tontos, tentando descobrir como funcionava. Não tinha uma placa sequer para informar. Tipo… a gente ficava em pé, em um ponto sem nenhuma sinalização e nenhum funcionário, esperando um ônibus que nunca chegava. Outros passageiros foram se juntando a nós. Ninguém sabia direito o que estava fazendo por ali. Até que chegou alguém e perguntou: “Vocês já ligaram pra lá pra pedir que eles enviem um ônibus?”. A verdade é que ninguém sabia que era necessário ligar.
Ligamos para o número do site e só dava mensagem de “Este número de telefone não existe…”. Inclusive, até hoje, 15/04/2015, o número errado continua no site deles. O printscreen abaixo comprova. Basta tentar ligar para esse número aí para ver o que acontece.
Como somos de São Paulo, sabemos que um tempo atrás alguns números de telefone ganharam um dígito “9” na frente. Tentamos com o 9 e conseguimos. O número correto deles é (0xx19) 98801 3420 (fiquei imaginando como pessoas de outros estados ou mesmo de outros países conseguiriam adivinhar isso e ligar para o número correto). Eles falaram que o ônibus chegaria em 10 minutos. Demorou um pouco mais que isso, mas pelo menos chegou.
Essa coisa de precisar ligar para solicitar o ônibus também põe abaixo o que está prometido no site: “a periodicidade do ônibus entre o estacionamento e o terminal é de 10 em 10 minutos”. Em momento algum foi mencionado que precisaríamos ligar para lá e solicitar um ônibus.
Não sei se a forma de trabalho deles já mudou ou se já tem algum funcionário lá no aeroporto para orientar os clientes, mas a nossa experiência no desembarque com o ViraPark foi essa.
Usaríamos o serviço de novo, mas já sabendo como ele verdadeiramente funciona.
O terminal internacional do Aeroporto de Viracopos
Se por um lado foi bem gostoso chegar a um terminal novinho, super moderno, recém-construído, por outro, foi meio ruim a sensação de estar em uma espécie de “obra inacabada”. A sensação era de que tudo era bastante novo e nos sentimos meio que como “cobaias”. Ainda havia muitos tapumes, pouca gente e nenhuma (eu disse NENHUMA) opção de alimentação no saguão do aeroporto. Só havia umas máquinas de refrigerante e salgadinho estilo “Ruffles”, que funcionavam com notas de 5 reais. Se não tiver dinheiro trocado, também não encontrará um lugar para trocá-lo. Também havia uma farmácia (FECHADA).
Como chegamos muito cedo ao aeroporto (ficamos com medo de pegar trânsito e perder o voo, então saímos bem cedo de São Paulo), tivemos que esperar algumas horas no saguão. Ficamos ali sentados em algumas das poucas cadeiras disponíveis, com um carrinho cheio de bagagem e completamente entediados. Só podíamos fazer check-in mais tarde (acho que faltando 3 ou 4 horas para o voo) e aí, sim, entrar na sala de embarque e desfrutar de uma das 3 opções de lanchonete / restaurante disponíveis (se não me engano, uma McDonalds, um Franz Café e uma Starbucks). Fomos de McDonalds.
A freeshop é da rede Duty Free Dufry, mas é pequena. Vimos que será ampliada, pois havia uns tapumes com algo anunciando o novo espaço.
Outra coisa que não curti muito foi o salão onde recuperamos a bagagem. As malas vêm por uma esteira e os outros tipos de bagagem (carrinho, caixas, mochilas, bolsas de lona) vêm por outra, que fica mais afastada e separada da esteira principal por um lance de escada. Um adulto sozinho ficaria em uma situação meio complicada, tendo que ficar de olho em duas esteiras que são distantes uma da outra.
Ou seja, no geral, dá para perceber que tudo ainda funciona de forma improvisada / provisória. A falta de sinalização e de funcionários no desembarque / área de transfer foi o que mais me chateou.
O atendimento Azul, o voo e a aeronave
Os detalhes sobre os voos que pegamos estão na imagem abaixo:
Fomos muito bem atendidos por todos os funcionários da Azul – check-in, funcionários da sala de embarque e comissários. Todos são brasileiros e, obviamente, falam português fluentemente. Inclusive, ao chegarmos ao aeroporto em Fort Lauderdale, uma funcionária nos orientava em português até a fila da imigração.
A aeronave era antiga, com sistema de entretenimento a bordo bem capenga. Para ter uma ideia, viajamos ocupando 4 poltronas (que sorte!) e, das 4 telinhas, só 2 funcionavam perfeitamente. Das duas quebradas, uma tinha mau-contato e a outra ficava com a imagem péssima (subindo listrinhas na tela o tempo todo, como nas tvs de antigamente). Cerca de 10 a 15 filmes disponíveis para assistir, mas não eram on-demand, ou seja, para ver um filme desde o início, precisávamos ficar esperando ele começar de novo ou ter a sorte de zapear e cair naquele canal na hora certa. Para quem está “mal-acostumado” e espera chegar no avião e ter uma infinidade de lançamentos do cinema, séries, documentários e games na telinha, será meio decepcionante. Vale destacar que desde o início a Azul já tinha admitido que esse sistema é bem antiguinho e prometeu que trocará tudo ainda em 2015. Vamos esperar para ver!
Foram distribuídos cobertores e travesseiros em saquinhos, fones de ouvido e umas bolsinhas estilo ziploc (só que com plástico mais durinho) com máscaras para dormir e espuminhas para os ouvidos.
A minha poltrona tinha a mesinha quebrada. Para que ela ficasse reta na hora da refeição, eu tinha que levantar um pouco a perna direita. No ato da compra, escolhemos previamente os mesmos assentos para ida e volta. E, embora tenhamos dado sorte de viajar sozinhos nos dois trechos (sobrando uma poltrona extra para a Bela dormir deitadinha), tudo o que estava quebrado na ida (tvs e mesinha) continuava quebrado na volta.
O serviço de bordo foi muito bom e a comida estava saborosa. Entre os pratos que provamos: escondidinho de purê de batata com carne moída, frango com arroz e legumes, massa ao molho pesto. Tudo sempre acompanhado por uma saladinha de folhas com tomate, um potinho com pedaços de queijo e azeitonas, pão e sobremesa (inclusive uma delas foi um bolo de chocolate delicioso). Entre as bebidas: refrigerantes, suco, água, café, vinho e cerveja. O café da manhã, igualmente gostoso, seguia o padrão de quase todas as companhias aéreas que já usamos: pão, manteiga, cereais estilo sucrilhos, saladinha de frutas e uma tostada de queijo e presunto (ou seria peito de peru?).
Aeroporto de Fort Lauderdale
A chegada a Fort Lauderdale foi tranquila e, como já falei, havia funcionários brasileiros orientando em português sobre o caminho até a fila da imigração.
Como despachamos o carrinho na porta da aeronave, o pessoal da tripulação pediu que ficássemos lá aguardando, pois ele seria devolvido também na porta. Nesse meio tempo, um montão de gente acabou chegando antes da gente na fila da imigração e deu no que deu: passamos quase duas horas esperando para ser atendidos. Pra quem não sabe, lá nos Estados Unidos não existe fila preferencial para idosos, gestantes, deficientes, pessoas com criança de colo… O máximo que eles fazem é providenciar um lugar para o pessoal muito cansado e que estiver em alguma dessas condições sentar e aguardar a sua vez chegar.
Fila interminável, um monte de gente com bebê de colo, senhoras de idade… Todos cansados por uma noite mal dormida no avião e aguardando ansiosamente para finalmente entrar nos Estados Unidos. Não sei se era o horário (esse voo chega lá de manhã, bem cedinho), mas havia poucos oficiais nos guichês de atendimento. A grande maioria dos guichês permanecia fechada. A Bela brincou bastante na fila com a sua Melissa & Doug Trunki. Corria tanto de um lado para o outro, que em determinado momento correu demais e “quase entrava sozinha ilegalmente nos Estados Unidos” =)
Mas o pior mesmo dessa espera no aeroporto foi o tal do banheiro que fica ao lado da fila da imigração. Em determinado momento, a Bela pediu para fazer xixi e eu tive o desprazer de conhecer um dos banheiros mais sujos que já vi em um aeroporto (o mais sujo que já vi nos Estados Unidos, com certeza). Quando senti o cheiro e vi o aspecto da coisa, me apavorei e já comecei a alertar, assumindo um lado meio mãe neurótica: “Não toque em absolutamente nada, Isabela!”. E repetia isso a cada 5 segundos. Então usamos aquela tática de fazer xixi “flutuando” sobre o vaso (não que ela sente no vaso dos demais banheiros públicos, mas esse estava excepcionalmente assustador).
Buscando o carro alugado
Depois de passar pela imigração, pegamos nossas bagagens e seguimos as placas até o ponto de onde saem os ônibus gratuitos para o Rental Car Center. Havia uma funcionária organizando a fila e auxiliando os passageiros. Não esperamos nem um minuto, o ônibus chegou e nos deixou na porta do prédio das locadoras. Descemos por uma escada rolante e chegamos à Alamo, onde fomos bem atendidos (sem fila alguma) e encaminhados até o nosso veículo.
O que concluímos
Após analisar cada detalhe da experiência, concluímos que viajaríamos outra vez pela Azul, partindo de Campinas até Fort Lauderdale (ou mesmo até Orlando), SE E SOMENTE SE o preço estiver bem abaixo do preço das companhias que partem de Guarulhos. Se a diferença não for tão grande, principalmente para quem mora na capital paulista, vale a pena pagar um pouco mais para partir de um aeroporto mais bem estruturado e não ter o “mini-trampo” de ir até Campinas. O Terminal 3 de Guarulhos tem inúmeras lojas e excelentes restaurantes, além de ter uma Duty Free muito maior e mais bacana que a do aeroporto de Campinas. Acho que lá, não há chances de ficarmos entediados como ficamos enquanto esperávamos no saguão do Viracopos.
Claro que o terminal internacional de Campinas ainda melhorará bastante e, talvez, quando estiver funcionando a todo vapor, nossa opinião a respeito disso, mas, por enquanto, é isso.
Esperamos que esse relato seja útil de alguma forma e convidamos você para continuar acompanhando o relato da nossa viagem pela Flórida e Bahamas. Quer saber o que vem por aí? Confere aqui.
Oi, Anna! Estou amando seu site e tudo que você escreveu. Quero fazer esse roteiro com meu marido. É fácil dirigir por lá?O casal tem 66 e 69 anos. Não dá para perder não? Vou continuar lendo e se você quiser passar outras dicas, por favor, fique a vontade. Família linda a sua. Quero ir em agosto desse ano. Obrigada.
Olá Maria Luisa! Que bacana! Fico feliz que esteja gostando do nosso blog! Muito obrigada pelo carinho… Acho super tranquilo dirigir por lá. As estradas são ótimas e bem sinalizadas. Mesmo assim, é indispensável ter um GPS atualizado para não ficar se perdendo… As locadoras sempre têm GPS para alugar. Vocês falam inglês? Se sim, já ajuda muito. Se não, na Flórida tem muita gente que fala espanhol e às vezes até português. Acho que vale a pena você e seu marido se permitirem viver essa aventura. Continue acompanhando a gente, pois em breve postaremos muitas outras dicas sobre a Flórida. No que eu puder ajudar, é só falar! 😉 Depois volta aqui para contar como foi a sua viagem. Beijos.