San Diego, CA: paisagens lindas, diversão e história no extremo sul da Califórnia

Depois de um longo dia de compras em Camarillo, acordamos cedo e pegamos a estrada rumo a San Diego. Essa foi uma das maiores distâncias que percorremos de uma só vez durante toda a viagem: quase 300 quilômetros, em cerca de três horas e meia.

A caminho de San Diego

É claro que, enxergando o roteiro superficialmente, faria mais sentido que nosso próximo ponto de parada fosse na região de Los Angeles/Anaheim. Mas, como falamos um pouco nesse post, o nosso voo de volta para o Brasil partia do Aeroporto John Wayne, em Orange County, pertinho de Anaheim, então seria interessante estarmos lá perto no último dia da viagem. Além disso, observando o calendário de jogos dos times que queríamos assistir no estádio, percebemos que rolariam uns jogos bem legais nos últimos dias da nossa estada na Califórnia e os jogos eram em Anaheim (Ducks – hockey no gelo) e Los Angeles (Lakers – basquete). Assim, ir primeiro a San Diego, no extremo sul do estado (descendo no mapa) e depois voltar para a região LA/Anaheim fazia total sentido.

Um detalhe importante sobre esse trecho Camarillo – San Diego é o trânsito. Esse foi o primeiro momento, desde que saímos de San Francisco, que pegamos um tráfego mais pesado. Isso porque nessa ocasião, estamos cruzando toda a região metropolitana de Los Angeles, que costuma ter engarrafamentos, principalmente em horários de pico. Sem querer assustar, às vezes lembra muito São Paulo. Assim, ficam duas dicas:

  • Não programe o GPS para decidir o caminho exclusivamente pela menor distância percorrida. Inclua as condições de tráfego nos critérios.
  • Nessa região da Califórnia serão muito comuns as Carpool Lanes, faixas especiais onde só podem trafegar veículos com uma determinada quantidade de pessoas. Acho que todas as que vimos podiam ser usadas para veículos com duas pessoas ou mais. Essa é uma iniciativa muito bacana que estimula as pessoas a darem carona, diminuindo o número de veículos nas vias e melhorando o trânsito. O bacana é que o fluxo nessas faixas é bem mais rápido. Como muita (MUITA!) gente por lá anda sozinha no carro, ficam todos parados lá no congestionamento, enquanto você segue tranquilo com a sua família pela carpool lane. Mas cuidado! Não ouse usar essa faixa se estiver dirigindo sozinho, pois a multa para quem infringe a regra é alta.
Car pool lane
Multa para quem infringir a regra do carpool

Há quem faça a costa oeste dos Estados Unidos percorrendo o trecho de San Francisco a Los Angeles, deixando San Diego de fora. Pra gente, isso não era uma possibilidade. Eu queria, de todo jeito, ir a San Diego. E como eu estava certa!

A cidade é belíssima. Tem praias maravilhosas, clima gostoso (às vezes até quente demais, mas à noite costuma dar uma esfriada, então tenha sempre um agasalho por perto), parques temáticos, áreas verdes muito bem planejadas e cuidadas, um dos zoológicos mais famosos do mundo, riquezas históricas e culturais.

Só ficamos dois dias lá, mas confesso que achei pouco. Ficou muita coisa para fazermos em uma próxima oportunidade. Acho que, no nosso caso e para os nossos interesses, pelo menos uns 4 dias seria bem legal.

Hospedagem

Ficamos hospedados no Holiday Inn Express San Diego South National City. Fechamos a reserva pelo Hotwire, no esquema de compra às cegas (para saber mais, clique aqui) e conseguimos um bom preço. Em San Diego, assim como nas demais cidades turísticas na costa da Califórnia, os preços da hospedagem não costumam ser baixos.

Gostamos muito do hotel. Estacionamento, wi-fi e café da manhã grátis. Quarto novinho, amplo, limpo, com micro-ondas, frigobar e cama confortável. Os funcionários são amigáveis e solícitos. Possui acesso fácil aos pontos turísticos da cidade e há muitas opções de restaurantes e lojas nas proximidades.

Chegamos ao hotel em torno de meio-dia, fizemos check-in, deixamos a bagagem e começamos a curtir a cidade. Primeira coisa a fazer: almoçar!

Phil’s BBQ

Não sei se vocês conhecem a série de tv a cabo Man v. Food, na qual o apresentador super carismático Adam Richman visita restaurantes americanos famosos, apresenta seus pratos carro-chefe e tenta vencer alguns desafios de devorar quantidades exorbitantes de comida. Pois bem, nos divertimos muito assistindo esse programa. Somos fãs do Adam e sempre ficamos morrendo de vontade de comer aquelas delícias que ele prova no show.

Vimos que em San Diego, tem uma churrascaria chamada Phil’s BBQ, aclamada pelo Adam como um dos melhores churrascos que já comeu na vida. Não podíamos perder essa oportunidade e fomos até lá conhecer a casa.

A longa fila para entrar no restaurante já diz tudo: é um lugar que vale a pena! Eleito pelo público do TripAdvisor um dos 10 melhores restaurantes de San Diego e vencedor de melhor BBQ (churrasco) da cidade pelo 2014 Union Tribune Readers Poll, o Phil’s vale a visita e, como não é de rede, você tem que aproveitar que está em San Diego para conhecê-lo.

Phil’s BBQ
Phil’s BBQ

Chegando lá, deixe o carro no amplo estacionamento e siga para a fila. Mesmo encontrando mesas vazias, não pode sentar e “guardar o lugar” (as diversas placas espalhadas no lugar deixam isso claro). Tem que ir para a fila, fazer o pedido no balcão e só então procurar uma mesa (eles falam que fazendo assim, sempre terá mesa para todo mundo). Após o pagamento, você receberá uma plaquinha e alguém levará o seu pedido até a mesa. O refrigerante, como em grande parte dos restaurantes americanos, tem refil grátis.

Percebemos que é um lugar muito tradicional, pois havia mesas longas com famílias inteiras se confraternizando, mesas com “locais” comemorando aniversário, uma atmosfera bem familiar e receptiva.

Pedimos as tradicionais costelas com molho barbecue, batatas, onion rings e, para a Bela, milho e frango. Escolhemos tamanhos exagerados para os acompanhamentos e a atendente do balcão foi muito gentil e nos alertou que seria comida demais para os três, explicando quais seriam as porções mais adequadas para nosso time (AMO quando as pessoas são honestas), o que nos economizou uma grana e permitiu que não sobrasse tanta comida na mesa.

Estava tudo muito gostoso e bem preparado. Gostamos tanto, que na noite seguinte voltamos lá para jantar e provar os sanduíches premiadíssimos. Mais uma vez, tudo muito saboroso e atendimento impecável.

Eles não têm menu infantil, mas dá para montar um prato para as crianças facilmente com os acompanhamentos que são oferecidos (variam de US$ 1,50 a US$ 2,50): batata assada, feijão (daquele doce), coleslaw, milho no sabugo (a Bela ama), vegetais no vapor, saladas. Um ou dois acompanhamentos somados às carnes pedidas para a mesa e todos estarão satisfeitos.

La Jolla

Saindo do Phil’s, fomos direto para a praia de La Jolla (leia “la róia”), uma das praias mais bonitas que já tivemos o prazer de visitar. Falésias, areia branca, água clara, gaivotas, pelicanos, leões marinhos, gramado amplo, lojas, hotéis, galerias e restaurantes… Dá vontade de ficar uma temporada inteira por lá.

Água azulzinha em La Jolla
Leões marinhos em La Jolla
Passarela para observação dos leões marinhos, em La Jolla
La Jolla
La Jolla

Conforme vai chegando o horário do pôr-do-sol, mais e mais pessoas vão chegando e ocupando um lugarzinho no gramado, na areia e ao longo da orla. Cenário perfeito, atmosfera maravilhosa, nos sentimos abençoados por estar ali.

Turminha do Pezinho na Estrada com os pezinhos no pacífico
La Jolla
La Jolla
La Jolla
La Jolla

Mesmo que o dia pareça quente, não deixe de levar alguns casacos, pois, conforme o sol vai desaparecendo, vai surgindo um ventinho gelado que pode te expulsar de lá, se você não estiver preparado.

Para quem pretende fazer compras nas lojinhas de lá, aqui nesse link tem alguns cupons de desconto: http://www.lajollabythesea.com/coupons .

In-n-Out Burguer

Depois do lindo pôr-do-sol em La Jolla, fomos descansar no hotel e só saímos mais tarde para comer alguma coisinha rápida. Fomos ao In-n-Out, uma rede de lanchonetes do sul da Califórnia que tem um hambúrguer delicioso!

Não se engane com o aspecto meio “Mc Donalds” do restaurante. A carne do In-n-Out é muito saborosa, nunca antes congelada e 100% bovina. Os ingredientes são todos frescos, sem conservantes e sem aditivos. Do pão às batatas e saladas. Eles se orgulham de dizer que tudo vem diretamente da fazenda para a loja e que nem possuem aparelhos de micro-ondas e freezer.

Chegando lá, no menu que fica na parede, você verá que as opções são hambúrguer, cheeseburguer, fritas, milk-shake e as bebidas. Mas há um menu “secreto” (http://www.in-n-out.com/menu/not-so-secret-menu.aspx), o que faz com que as pessoas possam brincar um pouco mais com os ingredientes que eles usam. E qualquer coisa que você peça, pode ser transformada em um prato “Animal Style”, ganhando alface, tomate, molho especial e cebolas grelhadas. Fica uma delícia! Até a batata pode vir em animal style.

Na hora de pagar, uma adorável surpresa: o preço! Gastamos em torno de 11 dólares na nossa refeição com hambúrgueres, fritas e bebidas. Tudo animal style! Comer no In-n-Out é uma coisa que não dá para não fazer se você for à Califórnia! Anote aí nas suas prioridades 😉

San Diego Zoo

Nosso segundo dia em San Diego foi dia de zoológico!

O San Diego Zoo, localizado dentro do Balboa Park, acaba de ser eleito o segundo melhor zoológico do mundo pelo TripAdvisor (Travellers’ Choice 2014). Prêmio merecidíssimo, diga-se. O zoológico é imenso, bem planejado, com ambientes integrados e bem cuidados, uma variedade enorme de espécies e muitas iniciativas voltadas para a educação ambiental dos visitantes.

Para quem vai com crianças, além de o zoológico inteiro ser um encanto e haver muitas áreas voltadas para a interação com os visitantes, há uma área do zoológico especialmente pensada para os bem pequenos. Lá eles podem interagir com animais de fazenda, como pôneis e cabras e brincar no playground. A Bela se divertiu muito e aproveitou cada segundo que passou lá.

Em alguns lugares do zoológico, é necessário deixar o carrinho estacionado
Passeando toda independente pelo zoológico
Playground no zoo de San Diego

Em todos os pontos é possível encontrar informações sobre as espécies existentes, bem como sobre pesquisas que são desenvolvidas sobre elas, sobre as instituições e pessoas físicas que fazem doações para a manutenção daquele espaço e para as pesquisas. Os ambientes simulam os ambientes naturais dos animais e, pelo aspecto deles, dá a entender que são bem tratados. Em alguns momentos, chegamos a determinado recinto e vimos uma plaquinha com os dizeres “Volte mais tarde. Estou passeando com o meu cuidador”. Achei bem interessante.

Quanto você pesa na escala “urso polar”?
San Diego Zoo
San Diego Zoo
San Diego Zoo
Informações para o visitante: quanto come um humano e quanto come um urso polar?

Sei que zoológico é um assunto bastante polêmico. Muita gente é contra, acha que os animais não devem viver presos e tal. Acontece que o San Diego Zoo Global é comprometido com a preservação das espécies animais de todo o mundo, unindo a expertise adquirida com o cuidado animal às pesquisas científicas, com o objetivo de proteger e preservar as espécies ameaçadas em seus habitats naturais. Ao longo da visita, é possível perceber que eles tentam inspirar uma paixão pela natureza e pelo cuidado com o meio ambiente. O San Diego Zoo Institute for Conservation Research, fundado em 1975, é um dos maiores centros de pesquisa com base em zoológicos no mundo. Sua equipe desenvolve, reúne e incrementa conhecimento vital para a constituição de populações selvagens alto-sustentáveis.

Dica 1: assim que chegar ao zoológico, compre refrigerantes nos copos-souvenir do Zoo. Você terá direito a refil grátis em todos os pontos de venda do zoológico. No dia da nossa visita, o calor estava quase insuportável e esse recurso foi super útil.

Copos que dão direito a refil grátis em todo o zoológico

Dica 2: como o zoológico é imenso, há alternativas de transporte para a hora que bater “aquele” cansaço. Ônibus fazem passeios guiados e há algumas escadas e esteiras rolantes e elevadores. Se tem filhos pequenos, levar o carrinho é absolutamente indispensável! Ele vai salvar a sua vida! Também há um teleférico que corta o parque de um lado a outro e permite que você poupe tempo de deslocamento e tenha uma vista incrível do espaço.

Teleférico do zoo

San Diego é mais, muito mais!

Como falei no início do texto, dois dias foram pouco para conhecer o que a cidade de San Diego tem a oferecer. Sendo assim, vou colocar aqui algumas das coisas que não fizemos, mas que queremos fazer em uma próxima visita:

Balboa Park – embora tenhamos visitado a principal atração do Balboa Park, que é o zoológico de San Diego, há muito mais o que fazer nesse parque incrível. Para ter uma ideia, você encontrará lá nada menos que 17 museus, entre muitas outras atrações e áreas recreativas! O blog Vambora falou sobre a sua visita aqui.

Gaslamp Quarter – bairro histórico com muitas opções culturais, gastronômicas e de compras e vida noturna agitada.

Coronado – na categoria praia linda, vista esplêndida, e estrutura de dar inveja.

Mission Bay – passamos por lá, mas não tivemos tempo para descer do carro, alugar uma bike e curtir o clima do local. É uma grande área recreativa, no entorno da baía, onde se pode fazer desde um passeio de jet-ski ou de barco até brincar em um dos playgrounds de ótima estrutura espalhados pela área. O Sea World fica lá.

USS Midway – um porta-aviões que se transformou em museu.

Tijuana, México – para os mais “dispostos”, ainda dá pra dar uma esticada até o México, que está bem ali ao lado. Não topamos essa mini aventura, pois já tínhamos pouco tempo para aproveitar San Diego, imagina se ainda acrescentássemos outro país e uma longa fila de veículos na imigração quando tivéssemos que retornar para terras norte-americanas. Além disso, o destino do outro lado da fronteira é Tijuana, mais apropriada para jovens que querem “beber, cair e levantar” do que para uma família com uma criança de aproximadamente dois anos. Falam que a cidade é como um playground para os jovens americanos, que cruzam a fronteira para encontrar bebidas baratas e strip clubs. Para quem tem interesse, o Guilherme Tetamanti, do blog Viajando com Eles, contou a sua experiência em Tijuana aqui.

No próximo post, falaremos sobre o último ponto de parada da nossa aventura californiana: Los Angeles e Anaheim. Disneyland, jogo dos Lakers, Hollywood, Santa Monica e muito mais. Não percam!

Esse relato faz parte de um roteiro maior, de 15 dias, pela costa oeste americana. Para ver o relato completo da viagem, clique aqui.