Monterey, Carmel e Big Sur: paisagens exuberantes e lugares inesquecíveis ao longo da California 1

Depois da nossa passagem por San Francisco, que vocês puderam conferir nesse post, seguimos com destino a Monterey, onde dormimos e no dia seguinte fomos ao aquário, 17 Mile Drive, Carmel e Big Sur.

Esse deve ser, talvez, o trecho mais belo do nosso roteiro de 15 dias. Mas, ao mesmo tempo, sinto que dizendo isso, estou negligenciando as belezas de San Francisco e Santa Barbara e a incrivelmente encantadora La Jolla, em San Diego. Ok, retiro o que disse, mas sintam o drama: o trecho de Monterey/Carmel/Big Sur deve estar, sem dúvida, entre os lugares mais bonitos do mundo e isso inclui tanto as paisagens naturais como aquelas construídas pelo homem. Chego a me emocionar quando lembro o que já vimos e vivemos na costa da Califórnia. Por mais que eu já tivesse visto muitas fotos e vídeos com as belezas da costa oeste, nada me preparou para o quão extraordinária ela é de verdade. Sem exageros! É apaixonante!

Monterey

Hospedagem

Chegamos à cidade no fim da tarde, dirigindo ao longo da costa, passando pelo Fisherman’s Wharf de Monterey e pela baía. Fizemos check-in na Pacific Inn Monterey, que foi reservada por meio de compra às cegas, no Hotwire (clique aqui para saber mais sobre esse site). A região de Monterey e Carmel tem hotéis caros, então a diária por US$ 66,14, já com as taxas, foi um achado.

O hotel já foi um Best Western e hoje é de administração independente. Segue o padrão da maioria das inns americanas. O nosso quarto era grande, limpo, com duas camas queen size e ainda colocaram um berço para a Bela. Tinha micro-ondas, frigobar, máquina de café, secador de cabelo, tábua e ferro de passar. O estacionamento é grátis e a localização é boa. Fica em região comercial e a poucos minutos de carro da Cannery Row e do Fisherman’s Wharf.

Entradinha do restaurante onde jantamos no dia anterior, na Cannery Row, Monterey
Monterey Bay
Cannery Row, Monterey
Cannery Row, Monterey
Cannery Row, Monterey

Cannery Row

Após o check-in, subimos as malas para o quarto, tomamos banho e fomos passear na Cannery Row, que é a rua mais turística da cidade, de frente para o mar. Ela recebe esse nome porque antigamente funcionavam ali fábricas onde as sardinhas eram enlatadas. Hoje é uma rua repleta de restaurantes, cafés e lojinhas. É no finalzinho dela que fica o Monterey Bay Aquarium, que visitaríamos no dia seguinte.

Estacionamos o carro na rua mesmo, na própria Cannery Row, e fomos dar uma volta. A atmosfera da região é uma delícia. Já estava escuro e friozinho, mas, mesmo assim, alguns adolescentes mergulhavam no mar sem sequer usar roupa de borracha. Gritavam por causa do frio e davam risadas, pareciam estar se divertindo na água congelante. Atmosfera vibrante.

Decidimos jantar no The Fish Hopper Seafood and Steaks, que fica praticamente dentro do mar e tem uma vista linda. O atendimento, a comida, a decoração, a iluminação, a atenção que deram para a Bela… Tudo maravilhoso. Vale muito à pena.

Depois do jantar, fomos direto para o hotel e praticamente desmaiamos na cama. Aquele tinha sido um dia muito intenso e cheio de atividades.

Monterey Bay Aquarium

No dia seguinte, acordamos cedo e tomamos café no hotel. Café da manhã típico de hotel americano, talvez um pouco melhor que a média, pois tinha máquina de waffles e uma variedade maior de cereais matinais. Comemos, fizemos check-out e partimos para o Monterey Bay Aquarium, que foi recentemente eleito o melhor aquário do mundo pelo TripAdvisor Travellers’ Choice 2014. Como o nosso carro estava cheio de malas, paramos em um estacionamento pago, quase em frente ao aquário.

Tínhamos comprado as entradas do Monterey Bay Aquarium com antecedência, no próprio site do atrativo, o que nos livrou de uma enorme fila para compra de ingressos. Entramos direto, sem nenhuma fila.

O aquário é uma coisa linda de se ver e encanta adultos e crianças com suas atrações. São vários andares, divididos em dois gigantescos blocos com as mais variadas espécies dos ecossistemas aquáticos e com muitas atividades de educação ambiental. Dá para passar fácil o dia inteiro passeando por lá, mas só tínhamos a manhã para fazer essa atividade, então tentamos aproveitar da melhor maneira possível.

Monterey Bay Aquarium
Monterey Bay Aquarium
Monterey Bay Aquarium
Monterey Bay Aquarium
Monterey Bay Aquarium
Pinguins no Monterey Bay Aquarium
Mergulhadores limpam o aquário, no Monterey Bay Aquarium
Pinguins no Monterey Bay Aquarium
Olha a Dory!!! – Monterey Bay Aquarium
Tubarões, Monterey Bay Aquarium
Tubarões, Monterey Bay Aquarium

Logo na entrada, os funcionários entregam um mapa e dão uma explicação geral sobre o local e os horários das atividades e apresentações agendadas.

Bela “recebe explicações” sobre essa espécie de caranguejo, no Monterey Bay Aquarium. É uma pena ela ainda não entender inglês. rsrsrsrsrs

Em alguns tanques é possível tocar nos animais, sentir a textura e interagir com o ambiente, enquanto os monitores explicam sobre aquela espécie, sua importância no equilíbrio ecossistêmico e seus hábitos. Muito bacana! Em outro espaço, os pássaros de ecossistemas costeiros ficam soltos no espaço onde estão os visitantes.

Nessa parte do aquário, é possível tocar em algumas espécies

Para quem está com crianças, a Splash Zone é imperdível. A Bela curtiu bastante e tinha uma área reservada só para os bebês bem pequenos. Foi difícil conseguir puxar ela de um atrativo para o outro. Ela estava encantada com tudo!

Área reservada para crianças bem pequeninas, no Monterey Bay Aquarium

Nas áreas externas do aquário, os mirantes proporcionam uma vista incrível do oceano e da baía de Monterey.

Um dos mirantes do Monterey Bay Aquarium
Monterey Bay Aquarium

Saímos do aquário um pouco antes do horário do almoço. Foi uma pena termos ficado tão pouco tempo em Monterey. A cidade é apaixonante e acho que, para quem pode, vale reservar pelo menos uns dois ou três dias inteiros para desfrutar daquele lugar sem pressa.

17 Mile Drive

Saindo do aquário, colocamos no GPS o endereço do portão de entrada da 17 Mile Drive, que fica pertinho de Monterey. Chegando ao destino, demos de cara com uma espécie de portão de um condomínio de luxo. Falamos com o funcionário que estava na portaria, pagamos os US$ 10 (preço cobrado por veículo) e recebemos o mapinha do tour pela região de Pebble Beach.

A comunidade de Pebble Beach, como eles se autodenominam, é uma espécie de grande condomínio de luxo, fechado, repleto de campos de golfe, mansões, jardins bem cuidados, mirantes e vistas estonteantes para o mar. No mapinha estão indicados os pontos estratégicos de parada e o caminho é muito bem sinalizado. Os visitantes só podem seguir o caminho do traçado da 17 Mile Drive, pois as demais áreas são privativas e exclusivas para os moradores. Lá dentro também tem hotel, restaurante, área para eventos, spa, lojas e campos de golfe abertos para não-moradores.

Pebble Beach, 17 Mile Drive
Pebble Beach, 17 Mile Drive
Pebble Beach, 17 Mile Drive
Acho que é a 17 Mile Drive
Acho que é a 17 Mile Drive
Acho que é a 17 Mile Drive
Pebble Beach, 17 Mile Drive

Embora possa soar como algo meio esnobe, para ricaços, ou turístico demais, é um passeio rápido e que vale muito a pena, pois o visual é de tirar o fôlego. É aquele tipo de lugar em que rola o papo: “Imagina, amor, ter uma casa bem aqui?” ou “Quanto será que custa uma casa dessas?” ou ainda “Qual será o emprego das pessoas que têm casa por aqui?”.

O final da 17 Mile já te deixa de cara com Carmel e sua não menos bela Scenic Road.

Carmel

Carmel-by-the-sea ou simplesmente Carmel é assim, uma cidade linda, charmosa, graciosa, repleta de casas bonitas com jardins bem cuidados. Parece cenário de um filme. Nem mesmo uma margarida fora do lugar. Os pássaros voam de forma coreografada e muito bem ensaiada, proporcionando uma atmosfera perfeita. E tudo isso montado em frente às belíssimas águas do Pacífico.

O relógio grande no centrinho (da marca Rolex!) entrega o jogo: esse lugar é para ricaços. Mas não se intimide. Entre no clima e curta a cidade.

Carmel
Carmel
Carmel

Quando chegamos lá, começamos com um passeio de carro, percorrendo a Scenic Drive (primeira rua de frente para o mar) inteira e depois subindo para o centrinho. Deixamos o carro em um amplo estacionamento no cruzamento da 8th Avenue com a San Carlos Street e saímos batendo perna rumo ao centro. Difícil é escolher onde parar para comer, pois a cidade é repleta de cafés e restaurantes cheios de charme. Enfim, decidimos almoçar no Nico, um restaurante italiano delicioso, onde fomos muito bem atendidos.

Restaurante Nico, em Carmel
Restaurante Nico, em Carmel

Em Carmel, a vida parece tão surreal que até vimos um consultório de psicólogo para cachorros. Clint Eastwood foi prefeito da cidade! Falam que algumas celebridades como Brad Pitt e Jennifer Aniston têm casas lá.

Terapeuta para cachorros, em Carmel

Estávamos nos divertindo em Carmel e, por esse motivo, o tempo passou voando. Era hora de voltar rapidinho para o carro e seguir em direção ao sul, pelo trecho conhecido como Big Sur.

Papai e Bela tristes porque já temos que deixar Carmel

Big Sur

Esse é o momento auge em termos de belezas naturais de toda a California 1. É o trecho que vai de Carmel a meados de San Luis Obispo. Áreas preservadas (que aqui no Brasil chamamos de Unidades de Conservação), penhascos, vistas estonteantes do oceano…

O Big Sur é uma região onde se deve viajar sem pressa. Primeiro, porque a estrada é cheia de curvas e abismos (algumas quinas até sem guard rail), o que aumenta a chance de acidentes. Então, juízo! Siga devagar. Segundo, porque a graça de pegar a California Route 1 e não a U.S. Route 101 (bem mais reta, duplicada e rápida) é justamente ir curtindo a paisagem, parando nos mirantes, contemplando a paisagem, fazendo fotos pelo caminho (e que fotos!), curtindo cada recanto escondido de uma das estradas cênicas mais belas do mundo.

Big Sur
Big Sur
Passando pela linda Bixby Bridge, Big Sur
Passando pela linda Bixby Bridge, Big Sur
Big Sur
Big Sur
Big Sur

Vale, antes de ir, dar uma pesquisada sobre as paradas que pretende fazer na viagem. Mas chegando lá, na hora, você verá o aglomerado de carros parando ao longo do caminho e sempre que desejar e surgirem mirantes e áreas para estacionar, pare e aproveite que está ali! Seu celular não funcionará na maior parte do caminho, então dificilmente conseguirá fazer alguma pesquisa na hora. Se permita descobrir os recantos desse lugar lindo, independente do que as revistas e blogs te aconselham. Descubra o seu próprio Big Sur!

É dirigindo nesse trecho que você perceberá porque a maioria das pessoas faz essa viagem partindo no sentido norte-sul, ou seja, de San Francisco a Los Angeles/San Diego, “descendo” no mapa. É que a maior parte das áreas para parar o carro ao longo da estrada fica no lado direito da pista, na mão para quem está descendo. Além disso, você segue “mais pertinho” do mar e as pessoas que não estão dirigindo podem seguir fazendo fotos sem que nenhum carro passe na faixa oposta, atrapalhando a vista e o clique. Mas isso é só um detalhe. Se você só tiver como fazer a viagem subindo, faça mesmo assim! Já vi relatos de quem subiu e falam que valeu a pena do mesmo jeito.

Dormindo no colo do papai em pleno Big Sur
McWay Falls, Julia Pfeiffer Burns State Park
Parada para ver a cachoeira, no Julia Pfeiffer Burns State Park, Big Sur
Parada para ver a cachoeira, no Julia Pfeiffer Burns State Park, Big Sur
Big Sur
Nosso carro, em uma das paradas no Big Sur

Uma dica importante: não esqueça de se certificar que o tanque de combustível do carro está cheio. No trecho do Big Sur aparecerão poucos postos de gasolina e os preços são mais altos que nas cidades grandes.

Alguns pontos de interesse ao longo do Big Sur: Point Lobos State Natural Reserve, Whaler’s Cove, Bixby Creek Bridge, Julia Pfeiffer Burns State Park – McWay Falls (imperdível, é aquela cachoeira que deságua na areia da praia), Point Sur Lighthouse, restaurante Nepenthe e Simon Creek Falls.

Depois de percorrer o trecho do Big Sur, muita gente opta por visitar o Hearst Castle, a mansão do magnata americano William Randolph Hearst, localizada na cidade de San Simeon. O “castelo”, com suas coleções de arte, tapetes persas, estátuas, esculturas e mix de estilos arquitetônicos que revelam o gosto duvidoso excêntrico do seu antigo dono, atrai muitos visitantes. Há quem ame o passeio e há quem odeie. Não fizemos esse tour porque o nosso tempo era limitado e demos preferência para passeios que fossem mais a nossa cara. Mas se tivéssemos mais tempo, sem dúvida toparíamos passar por essa experiência para tirarmos nossas próprias conclusões. Li vários posts sobre o castelo, mas achei esse da Maryanne, do Hotel California Blog, bem bacana.

Finalizando o trecho do Big Sur, algumas pessoas optam por pernoitar em San Luis Obispo, onde fica a Mission San Luis Obispo de Tolosa. No nosso caso, preferimos pernoitar em Santa Barbara, então seguimos mais uns 180 quilômetros de estrada até chegarmos a essa cidade linda, que é o assunto do nosso próximo post.

 

Esse post faz parte de um roteiro maior, de 15 dias, pela costa oeste americana. Para ver o relato completo da viagem, clique aqui.